segunda-feira, 12 de abril de 2010

Texto sobre Avaliação



Autor: Marinho Celestino de Souza Filho
Data: 03/09/2008

"(...) Por isto é que somente os oprimidos, libertando-se, podem libertar os opressores. Estes, enquanto classe que oprime, nem libertam, nem se libertam." (Paulo Freire).

Conceito: avaliação é um processo de reflexão contínua sobre uma ação, em um contexto coletivo para compreender o específico, buscando mudanças necessárias no processo educacional.

Existem duas modalidades de avaliação: a objetiva e a descritiva. Muitas escolas vêm adotando a colaboração de pareceres descritivos em termos de registros de atribuição de notas ou conceitos classificatórios na análise do trabalho desenvolvido junto aos alunos. Muitos professores passaram a fazer relatos por escrito sobre o desempenho dos educandos, principalmente nas pré-escolas e séries iniciais, e atualmente, no ensino fundamental e médio.

Diante das dificuldades encontradas pelos professores em avaliar continuamente seus alunos, as teorias neste campo remetem a um desafio permanente de, em todos os momentos, prestar atenção neles, refletindo sobre a ação de avaliar o cotidiano escolar. Dessa forma, a avaliação passa a auxiliar no processo ensino-aprendizagem. É importante que o professor acompanhe a construção do conhecimento do educando. Assim, torna-se possível verificar os vários estágios de desenvolvimento dos alunos, sem julgá-los apenas num determinado momento estanque; geralmente, o da prova. É preciso avaliar, pois, o processo, e não simplesmente o produto. Ou melhor: avaliar o produto no processo.

A separação entre a avaliação e o processo ensino-aprendizagem, uma vez que a avaliação não é aplicada no cotidiano do trabalho em sala de aula, mas sim em momentos especiais, com rituais especiais, causou sérios problemas para a educação escolar. Em nome da suposta objetividade, da imparcialidade, do rigor científico, chegou-se a uma desvinculação da avaliação no processo educacional. Provas muitas vezes preparadas, aplicadas e corrigidas por outros que não os professores das respectivas turmas, eram sinônimo de qualidade de ensino. Os alunos, por sua vez, demonstraram sua insatisfação em relação às avaliações pela prática da cola.

A avaliação deve permitir que o professor acompanhe a construção das representações do aluno, percebendo onde ele se encontra, possibilitando a interação na perspectiva de superação. Assim, ela pode contribuir nas tomadas de decisões referentes à Educação, tais como: melhoria do ensino, da aprendizagem, das relações que permeiam professores e alunos, enfim, na arte de educar. Por conseguinte, a avaliação nunca deve ser um fim por si só, não pode ser usada como uma arma contra o aluno, com poderes de aprovar ou reprovar, premiar ou punir, julgar e selecionar numa escala de valores, notas ou conceitos "os mais capazes e os menos capazes".

Referências Bibliográficas:

HOFFMANN, Jussara Maria Lerch (1993). Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade.

LUCKESI, Cipriano Carlos (1986). Avaliação Educacional Escolar Para Além do Autoritarismo. Revista da Ande, (10): 47-51, (11): 47-49, São Paulo.





A pratica do Estagio supervisionado

1 – INTRODUÇÃO



A teoria é uma ferramenta essencial na vida do indivíduo para a consolidação da prática. Assim, o Estágio Supervisionado adquiriu um papel substancial no processo de graduação, pois, o mesmo caracteriza-se como a prática em meio à aprendizagem na sistematização curricular (graduação).



2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA



Um dos grandes desafios para o acadêmico de Pedagogia é o de adquirir a devida experiência para o processo de profissionalização educacional. Desse modo, o Estágio Supervisionado conquistou o papel de laboratório na “lapidação” do graduando, que busca uma maneira mais propicia de conciliar teoria e prática. Desmistificando, o antagonismo existente entre estas duas etapas do contexto de profissionalização educacional (teoria e prática).


Na visão de Pimenta (1997, p. 21) o Estágio Supervisionado são “as atividades que os alunos deverão realizar durante o seu curso de formação, junto ao futuro campo de trabalho”. Não tão distante de tal opinião, Piconez (2000, p. 16) afirma que “os estágios são vinculados ao componente curricular Prática de Ensino cujo objetivo é o preparo do licenciamento para o exercício do magistério em determinada área de ensino ou disciplina de 1º e 2º graus”.


Atualmente, de fato, temos testemunhado as difíceis condições sistemáticas nas quais os graduandos são submetidos. Ou seja, temos cada vez mais, visto professores despreparados em sala de aulas, e ao que tudo indica (mediante ao contexto), tais conseqüências tratam-se do reflexo da má formação acadêmica dos mesmos; o que de fato resulta na dicotômica e antagônica “poluição pedagógica”, que impulsiona a nossa Educação para meros “ares”, no conhecido contexto das contradições, assim como nos afirma Paulo Freire:



saber que devo respeito à autonomia, à dignidade e à identidade do educando e, na prática, procurar a coerência com este saber, me leva inapelavelmente à criação de algumas virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber vira inautêntico, palavreado vazio e inoperante (2007, p. 62).



Nesse pressuposto, vemos que o Estágio Supervisionado não possui a valorização da qual requer o processo, pois tal treinamento deveria ser o local adequado para a aquisição de experiências (a prática), e de fato sabemos que este momento propicia tais conhecimentos para o graduando; porém, o que de fato ocorre é que as políticas públicas, assim como os responsáveis pela elaboração da sistemática grade curricular. Sendo assim, tem sido “clássico” o quesito de que o ensino é um, e a prática é absurdamente oposta ao que se conhece. Aparentemente contrário à questão, Menga Lüdke (1996. In: CANDAU, 1997, p. 118) evidencia que:



a importância de assinalar a formação inicial, simplesmente, como o nome diz, enquanto preparação apenas inicial. Ela não deveria ser sobrecarregada com uma carga que não lhe é compatível e para a qual não está aparelhada.



No entanto, Lüdke refere-se que a uma demasiada preocupação das IES (Instituições de Ensino Superior) em transporem conteúdos sistemáticos ao processo de formação acadêmica; enquanto tais graduandos encontraram um contexto de atuação profissional oposto ao que ele observou na condição de acadêmico. Em paralelo a tal temática, temos a confirmação de Azevedo (apud PICONEZ, idem, p. 17) que o processo experimental (Estágio) na realidade é “uma teoria colocada no começo dos cursos e uma prática colocada no final deles sob a forma de Estágio Supervisionado constituem a maior evidência da dicotomia existente entre teoria e prática”. Isto é, vemos na graduação temas (teorias) que não condizem com a realidade apresentada em sala de aula (prática). O que propicia o surgimento de profissionais despreparados e ineficientes quanto aos necessários meios de atuações contextuais (ações procedimentais). Em vista de que na realidade, seria mais propicio uma graduação paralela à realidade prática-profissional; que de fato, auxiliassem os acadêmicos (neste caso os de Pedagogia) na aquisição das oriundas experiências procedimentais; a exemplo do que ocorre em diferentes Cursos Superiores (Medicina, Advocacia, entre outros), que possuem acesso constante à realidade prática por meio de Hospitais Escolas e departamentos especializados.



3 – CONCLUSÃO



Contudo, destacamos que a prática do Estágio Supervisionado é essencial para a aquisição da prática profissional, porém não tem sido esta visão de seus idealizadores (Instituições) quanto a investimentos e reformulações nas confirmações de melhorias. Assim, vemos que é necessária a urgente reformulação sistemática de tal procedimento, para que venhamos ter uma Educação sustentável e distante das incertezas do cotidiano docente, capaz de atuar “cirurgicamente” nas falha do processo educacional; propiciando uma melhor forma de interpretar a realidade social, por meio de uma possível e notável influência da Educação, na consolidação do combate ao antagonismo provocado pela dicotomia existente entre teoria e prática. Desse modo, observamos esta etapa referente à graduação, com a certeza de que a Educação só poderá ser reformulada (a fim de atingir notáveis melhorias), quando o nível de atenção referente ao processo de Estágio Supervisionado, for considerado padrão a se investir e se seguir, evidentemente, sob os pressupostos do olhar crítico em reflexão ao contexto e os seus mecanismos constituintes.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



AZEVEDO, L. M. F. O Estágio Supervisionado: uma análise crítica. p. 24. apud PICONEZ, Stela C. Berhtolo. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. p. 15 -74.



CRUZ, Carla & RIBEIRO, Uirá. Metodologia cientifica: teoria e prática. 2 ed. Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil, 2004.



FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 36ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. 148 p.



LUDKE, Menga. Formação inicial e construção da identidade profissional de professores de 1º Grau. In CANDAU, Vera Maria. Magistério: Construção Cotidiana. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997. p. 110 – 125.



PICONEZ, Stela C. Berhtolo. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. p. 15 -74.



PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1997. p. 21 – 80.


(Artigonal SC #740821)